segunda-feira, 22 de junho de 2009

At 4 a.m.

Como podem as coisas mais simples serem as mais importantes pra nós?
Ou as quais mais desesperadamente buscamos, mesmos quando nem sabemos que é daquilo que precisamos.
Pois eu preciso de alguém que me conheça por inteiro, como todo. Que saiba a origem das cicatrizes - aparentes ou internas - que saiba da intensidade, do oito ou oitenta. Das palhaçadas gratuitas, dos abraços que tanto prezo. E de como ser gentil ao me dizer que falo demais. Mas, mesmo assim, sempre adore quando desembesto a falar indignada sobre qualquer assunto que me incomoda.
Busco na simplicidade de um olhar aquilo que se tem com uma alma gêmea, aquela calma que existe ao dizer 'te amo', sem medo de perder e sem pressa de fazer chegar o amanhã.
Ainda que eu saiba que espero demais, não consigo ter o desapego que as pessoas tem na hora de dizer que amor como este, não existe. Ele tem que existir. Se tanta gente já escreveu sobre ele, isso é prova de que ele tem que ser real. Como pode um sentimento tão forte ser apenas uma invenção do nosso corpo desesperado por atenção?
Me recuso a acreditar na possibilidade de estar sendo ludibriada. Afinal, quem seria tão cruel a ponto de forjar um sentimento tão nobre? Porque nos fariam almejar por algo que não existe, construindo sistematicamente a infelicidade? Ou ainda: de onde viriam todas aquelas maravilhosas história de amor? Seria apenas imaginação fértil ou a liberdade poética do autor? Não, não é possível. Alguém deve saber da existência deste tal de amor.
Se não, como sobrevivem os casamentos? Qual é o laço que vai juntar estas duas almas sob toda a adversidade da vida? Não pode ser apenas um ditame social. Eles tem uma aura de segurança quando olham um ao outro que não se pode tocar, mas te arrepia a espinha.
Falar de sentimentos é tão abstrato quanto querer explicar a fé do ser humano. Ao mesmo tempo, é tão real quando o vento frio que sentimos contra nossa pele nos dias de inverno. Não o vemos, mas todos sabem que ele está ali. O grande mistério é entender como conseguimos guardar esta coisa tão etérea como se fosse a premissa de toda a realidade.
O amor tudo cria e tudo destrói.

Um comentário:

Ju Campoy disse...

Era 4a.m., você deveria estar cansada. Se te conheço, seus devaneios costumam ser mais fáceis nesse período. Devo dizer que não sei se acredito ou não no que você escreveu... a vida anda complicada demais...