quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sobre o medo.

Estranho estar posta de frente com algo que você não conhece. Não se sabe como agir, o que fazer ou falar.
Você está lá e essa coisa, essa pessoa, essa esfinge está te fitando. Olhando profundamente nos seus olhos, como se esperasse uma reação. Qualquer reação. A partir da qual ela, daí, decidiria se iria gostar de você pra sempre ou não.
Mas você não sabe o que fazer. Você não sabe, nem ao menos, por onde começar. Como você queria que este já fosse o centésimo encontro e que soubessem exatamente o que fazer para agradar um ao outro. Qual o cheiro que ele gosta mais de sentir na tua pele e a forma como ele gosta que você faça carinho nos cabelos dele.
Se ao menos você já não tivesse magoado tanto das outras vezes, talvez você não hesitasse. Porém, você continua ali parada na frente dele, analisando aquele homem. O homem que poderia ser teu homem pelo resto da sua vida, se ao menos você soubesse o que falar, o que fazer, como agir...

terça-feira, 28 de julho de 2009

La nostalgia.

"Es totalmente humano, entonces, ser un nostálgico y la única solución es aprender a convivir con la nostalgia. Tal vez, para suerte nuestra, la nostalgia puede transformarse de algo depresivo y triste, en una pequeña chispa que nos dispare a lo nuevo, a entregarnos a otro amor, a otra ciudad, a otro tiempo, que tal vez sea mejor o peor, no importa, pero será distinto." - Juan Gutiérrez.

Adoro quando leio algo que sinto pelas palavras de outro alguém. Me sinto confortável, acalmada por braços invisíveis e uma voz que me diz: calma, não estás sozinha.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Ela.

Ela era inconstante, explosiva, inquieta. Ora ostentava toda a leveza e alegria do mundo, ora se curvava em depressão e amargura. Ela sempre quis o melhor dos dois mundos, talvez por isso sempre fora tão intensa com suas emoções. Tinha todas as mulheres que queria ser ali dentro, uma conflitando com a outra, nunca sabendo como fazê-las conviver em paz.
De dia era trabalhadora, atenciosa, retornava as ligações. À noite queria se libertar, beber e dançar sem pensar no que poderia acontecer no dia seguinte.
Ela tinha opiniões fortes e as defendia com a mesma força. Mas, de vez em quando, percebia que as pessoas à sua volta se surpreendiam com ela, com o jeito que ela pensava. Uma surpresa boa, porém isso a incomodava. Incomodava pelo fato de que achara que era uma pessoa clara, que a forma como se posicionava em certas questões não surpreenderia ninguém que dissesse ser seu amigo. Incomodava ainda mais porque suas opiniões destoavam daquela imagem que as pessoas tinham dela: menina ingênua demais, inocente demais, boazinha demais.
Tudo bem – não podia ignorar que este lado realmente existia... Mas ela era muito mais. Ela também era má, tinha grande apetite para a vida e para o sexo, nem sempre almejava a paz mundial. Seu grande problema era fundir os seus dois lados, de maneira que as pessoas pudessem conhecê-la de verdade.
Era a sua chance de mudar. De, finalmente, ser quem sentia que veio ao mundo pra ser. Agora ela tinha o olhar calmo, sereno e confiante de quem não precisa mais esconder nada. Agora sim ela tinha a cara de quem se olhava no espelho e não temia a imagem refletida, porque ela correspondia à realidade.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Sem mistério.

Curso de etiqueta social. Seriously?
É, o clube de campo do qual sou associada mandou um e-mail me oferecendo um curso de etiqueta social.
Okay, nada contra boa educação. Mas, sério... isso é básico. Modos. Não arrote à mesa (a não ser que você esteja na Índia ou Oriente Médio), não solte pum em público, não fale mais alto que todos, não encare as pessoas, mastigue de boca fechada, use os talheres corretos.
Tudo bem, talvez eu não saiba comer lagosta, mas pô... bom senso, né povo?
Sua mãe não precisa te dizer tudo isso - muito embora ela vai acabar dizendo - pra você saber que certas coisas são falta de educação. É só olhar em volta.
Tá indo numa festa das colegas de faculdade da sua avó? Vista um vestido menos curto.
Tá no escritório? Não ria tanto ao telefone com a sua amiga.
Foi jantar na casa dos pais do seu futuro marido? Não arrote à mesa e não encare a roupa da sogra.
Resolveu fazer uma aula de meditação e yoga? Não fale alto.
Isso é básico, gente. Não saber usar o talher certo pode ser uma gafe, mas só seria falta de educação se você soubesse qual de fato usar e se recusasse a fazê-lo.
Na dúvida, sempre dá pra perguntar. E não mata ser simpático em situações em que você está completamente fora do seu elemento. Um sorrisinho simpático praquele senhor sem graça pode ser o ticket para o melhor emprego da sua vida, you never know what life will bring along...
Observar te leva longe. E a melhor maneira de ser aceito em um ambiente é agir de acordo com aquilo que a ocasião pede.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Under the radar.

Nesse mundo, ainda estou passando por baixo do radar. Ninguém ainda guardou relação entre nome e pessoa quando isto respeito à minha pessoa. Quer dizer, além das pessoas pra quem eu declaradamente informei minha existência virtual, eu ainda sou só mais uma.
E, sinceramente, me alivia essa sensação. Não pelo fato de que gosto de ser mais uma na multidão - longe disso, vocês sabem - mas só pelo doce sabor de não ter que dar conta de cada coisa que penso ou escrevo. De não ter que explicar o porquê das coisas. Isto, meus caros, é um alívio.
Era um saco a época que eu tinha um blog pseudo-conhecido. Milhares de comentários, várias opiniões... sendo que a grande maioria era apenas uma interpretação limitada daquilo que estava escrito. Não gente, não tenho nada contra críticas. Mas eu só aceito se elas vierem de uma pessoa que sabe interpretar.
Não aceito opiniões de analfabetos funcionais da literatura, por favor. Saibam que interpretar é entender aquilo que está escrito de acordo com o contexto do autor. Ler o que se apresenta e fazer correlações com a sua vida pessoal ou com aquilo que você imagina que o autor está sentindo bem LÁ NO FUNDO não é interpretar. Fikdik, crianças.
Por isso que eu gosto desse meu anonimato, cuidadosamente feito à mão. Eu sou só mais uma Mayra neste mundo virtual, das tantas que por aí devem haver. Escolho poucos pra compartilhar, porque sei que não vou me irritar tentando reensinar um conceito básico de linguagem.
E enquanto o mundo gira lá fora eu fico aqui, quietinha, armando minha revolução na surdina.

sábado, 11 de julho de 2009

Direto do front III.

Direto do campo de batalha.
Depois de cinco horas de uma brava luta travada entre os dois exércitos, corre a notícia de que a batalha acabou.
Após uma inovadora estratégia do exército adversário a a batalha acabou, e os pracinhas se renderam e foram vencidos pelo incrível charme do exército adversário.
Foram horas difíceis, mas como diziam os sábios: pra ganhar uma guerra, às vezes é preciso perder algumas batalhas.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Direto do front II.

Fato é que, embora não goste de admitir, eu devo dizer que uma vida sem relacionamentos é uma vida menos emocionante.
Tudo bem... você passa menos raiva. Mas, por outro lado, você tem bem menos assunto pra comentar. Imaginem as duas situações:

Situação 1: Abstinência.

- Oi amiga, como foi seu dia?
- Ah, nada de mais. Academia, estágio e uma voltinha no shopping à noite.
- Hmmm...
- E o seu?
- Ah, trabalhei e passei no salão fazer a unha. Só.
[...]

Situação 2: Back to black.

- Oi amiga, como foi seu dia?
- Ah, não fiz nada de diferente, maaaaasssss... adivinha quem me ligou pra gente ir no cinema?
- Quem?!
- O carinha de sexta à noite! Ai que tudo, não achei que ele fosse ligar, mas acho que estava enganada!
(meia hora depois, ainda falando do tal cara...)
- Guria, que tudo! Aproveite e não faça nada do que eu não faria! HAHAHA
- E você, como foi?
- Então, sabe o meu rolo? Lembra que a gente tinha terminado né?
- Sim, claro. Aquele canalha...
- Me mandou flores hoje, pedindo desculpas e dizendo que quer tentar de novo!
- SÉRIO? NÃO CREIO!
- A-HAM!
- Sabia que ele ia perceber que você não é pra se jogar fora!
- Aiiii, to super feliz, espero que dessa vez dê certo!
- Eu também. Imagina que tudo a gente saindo de casal?
(mais meia hora de devaneios...)
- Vou dormir, guria.
- Eu também...
- Boa noite! E sorte no cine amanhã com o cocoto!
- Valeu amiga! Sorte pra você também!!!!

Antes, eu mandava e-mails quilométricos contando sobre o desenrolar de cada flerte. Agora, quando mando um e-mail a cada dois dias com novidade já é muito. Tá vendo? Tá vendo? Até as conversas com as minhas amigas estão sendo prejudicadas pela minha abstinência!
Não sei mais quanto tempo poderei comprometer as minhas amizades por causa disso... no meio tempo, a resistência continua.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Direto do front.

Ok, não deu.
Eu tentei, mas realmente não deu.
Sou humana, a carne é fraca, vingança é um prato que se come bem quente e eu não resisto à tentações.


Posso fazer meus votos de resistência amorosa novamente?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Pequenos ajustes.

É possível estar meio vazia?
Meio sem ânimo, meio sem vontade.

Ficar à toa custa sua paz de espírito. Te dá muito tempo pra pensar na vida, e isso é um perigo! Por favor, devolvam meu estágio logo. Essa gripe suína está incomodando...

Por outro lado, me deu um tempinho pra pensar sobre uma questão que há muito está me incomodando: meus relacionamentos. Eu, nessa minha ânsia 2009 de não me envolver com ninguém, acabei ficando meio intolerante. Ok, talvez seja a idade... mas não vamos falar disso. Em todo caso, fato é que eu decici que não aceito mais qualquer um. Porém, óbvio que ainda tenho desejo de ganhar beijos e abraços, então acabo esbarrando com um ou outro flerte antigo.

Mas tem um destes flertes que me incomoda. Me incomoda na forma como é displicente com coisas que eu não sou. Entre tantos outros problemas que permeiam nossa relação, coisa que nem devo citar agora, o fato é que ele é o meu beijo certo há algumas semanas. Mas eu não sou prioridade dele, assim como ele não é a minha. Minha faixada 2009 está sendo mantida: no strings attached. Porém, lá no fundo, isso me incomoda.

Eu gosto de ser prioridade. Eu gosto de ser #1 da discagem rápida do celular. Fato. Quem não gosta, né? Estaria essa minha MONARQUIA DO EU dando errado? Acho que não.

Porém, acredito que está na hora de mudar um pouco as regras do jogo, ser forte e resistir às tentações. A próxima pessoa vai ter que me fisgar pelo coração.