quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A questão fundamental.

Ahhh, os homens... sempre culpados pelas nossas loucuras!
Perguntam pras pessoas se elas nos conhecem mas, quando obtém uma resposta positiva, dizem que somos apenas amigas. Deixam várias ligações perdidas no seu celular mas, quando você retorna, dizem que não era nada.
Como entender?
Se você chega com tudo, se assustam. Se você se faz de durona, dizem que você é arrogante. Mas como se faz para chegar mais ou menos com tudo, ou mais ou menos durona? Nós, mulheres, tentamos sempre pavimentar o caminho do relacionamento. Ou seja, tentamos sempre fazer as transições mais suaves e o caminho mais calmo.
Muitas vezes, no entanto, temos que adivinhar as coisas que eles querem afim de melhorar esta estrada. Ele não gosta de unhas vermelhas? Pintarei de branco. Ele gosta de vestidos? Usarei mais modelitos. Ele gosta de cabelos mais longos? Vamos deixá-los crescer.
Sério, algum deles, em algum momento da nossa existência, perguntou como NÓS gostamos das coisas? Não. Porque nós escolhemos viver ao som de Ivete Sangalo e cantar: "não precisa mudar, vou me adaptar ao seu jeito [...]".
Mas seria mesmo esta a forma correta de levar um relacionamento? E não digo somente por mim, mas vejo amigas, conhecidas e até desconhecidas presas nesse vórtex de submissão ao jeito deles. E os poucos casos em que vejo a mulher no comando da relação, supresa (!!!): elas não gostam deles porque eles porque os acusam de ser, por falta de melhor palavra, paus mandados.
De onde vejo, não é somente um problema específico de cada mulher ou relacionamento... é uma cultura arraigada, que remonta o reconhecimento das mulheres por direitos iguais - tanto humanos quanto políticos - e, além disso, o reconhecimento (emocional) das mulheres como merecedoras de amor, respeito, consideração e afeto.
Isto não só manchou as atitudes masculinas, como também nos fez acreditar que a submissão - até em níveis nem sempre perceptíveis como estes - é passível de aceitação. E daí vem o questionamento: será que a culpa é realmente deles? Ou seria nossa que hoje, depois de anos do reconhecimento dos direitos da mulher, continuamos a aceitar o papel submisso dentro do relacionamento, acatando decisões e achando que tudo isso é mais do que normal?
Há que se fazer esforços no sentido de não prolongar estas atitudes, nem que seja o simples ato de se olhar no espelho e pensar: eu mereço mais.

Um comentário:

Ju Campoy disse...

Poético... com uma pitada de revolta, mas poetico...