terça-feira, 21 de julho de 2009

Ela.

Ela era inconstante, explosiva, inquieta. Ora ostentava toda a leveza e alegria do mundo, ora se curvava em depressão e amargura. Ela sempre quis o melhor dos dois mundos, talvez por isso sempre fora tão intensa com suas emoções. Tinha todas as mulheres que queria ser ali dentro, uma conflitando com a outra, nunca sabendo como fazê-las conviver em paz.
De dia era trabalhadora, atenciosa, retornava as ligações. À noite queria se libertar, beber e dançar sem pensar no que poderia acontecer no dia seguinte.
Ela tinha opiniões fortes e as defendia com a mesma força. Mas, de vez em quando, percebia que as pessoas à sua volta se surpreendiam com ela, com o jeito que ela pensava. Uma surpresa boa, porém isso a incomodava. Incomodava pelo fato de que achara que era uma pessoa clara, que a forma como se posicionava em certas questões não surpreenderia ninguém que dissesse ser seu amigo. Incomodava ainda mais porque suas opiniões destoavam daquela imagem que as pessoas tinham dela: menina ingênua demais, inocente demais, boazinha demais.
Tudo bem – não podia ignorar que este lado realmente existia... Mas ela era muito mais. Ela também era má, tinha grande apetite para a vida e para o sexo, nem sempre almejava a paz mundial. Seu grande problema era fundir os seus dois lados, de maneira que as pessoas pudessem conhecê-la de verdade.
Era a sua chance de mudar. De, finalmente, ser quem sentia que veio ao mundo pra ser. Agora ela tinha o olhar calmo, sereno e confiante de quem não precisa mais esconder nada. Agora sim ela tinha a cara de quem se olhava no espelho e não temia a imagem refletida, porque ela correspondia à realidade.

Um comentário:

Thais disse...

uauuuu! Quem é ela, hein?!