quarta-feira, 29 de abril de 2009

Fatos da vida real #1 (ou Como estragar sua noite).

Dicas interessantes de como estragar o primeiro encontro.
Um belo dia minha amiga Carol me chamou pra ir num encontrinho com ela, o flerte dela e o irmão do flerte dela - este que parecia ser muito apresentável e interessante no mundo da investigação virtual (aka: orkut). Estava de férias, não tinha absolutamente nada melhor pra fazer, pensei: ah, mal não faz.
Pois bem, minha amiga veio me buscar em casa e nos encontramos com os carinhas no bar (já devia saber que alguma coisa ia dar errado, cara que não se oferece pra te pegar em casa tá de truta). Chegamos e eles já estavam sentados numa mesa, nos aguardando. Nos acomodamos, pedimos um drink e o inferno começou.

Situação 1: Numa conversa casual, a menina (no caso, eu) menciona que gosta de música, ao passo que o flerte dela, mais do que rapidamente, diz que é músico. Falei brincando que música em Curitiba não dava dinheiro e perguntei como ele conseguiu sobreviver 30 anos como músico - sim, ele tinha 30 anos. A criatura responde: "comecei a trabalhar com música há pouco tempo, eu sou mesmo é poeta". Engoli seco e repeti a frase de que poesia não dá dinheiro (nem em Curitiba, nem em lugar algum). Nisso, com aquele ar de quem salva o dia, respondeu que se sustentava com a pensão do pai. Sério, morri um pouquinho.

Situação 2: Minha amiga, tentando melhorar a dinâmica da mesa - que estava pavorosa, diga-se de passagem - resolveu perguntar que instrumento o menino tocava, uma vez que era músico. Inocentemente, ele responde: berimbau. Minha amiga e eu caímos em gargalhadas, achando que só podia tratar-se de uma piada. Pasmem! Não era. Pior que isso, o dito cujo ainda tinha um berimbau tatuado na perna, que fez questão de mostrar às damas da mesa.

Situação 3: Numa tentativa de melhorar a situação, falei que era jornalista formada e que agora fazia Direito. Aproveitei a deixa e perguntei no que ele era formado. Diz ele: já fiz 4 faculdades, mas não me formei em nenhuma.

Pausa para um balanço parcial. No meio do encontro, já descobrimos que o garoto não tem qualquer ambição profissional what-so-ever, é patologicamente indeciso e não consegue terminar nada do que começa. Além de declaradamente dizer que, aos 30 anos de idade, ainda é sustentado pela pensão do papai. Que partidão, hein?!?

Situação 4: Lá por umas tantas, larguei os bets e resolvi atrapalhar a conversa da minha amiga que, pela cara que ela fazia, não andava indo muito bem. Me enfiei no assunto e seguimos conversando, visto que meu flerte, além de patologicamente indeciso, largou ao final de um diálogo que se considerava um narcisista. Tive que desistir.
Bom, conversa vai, conversa vem... e o outro carinha até que parecia simpático. Falando que gostava de aprender coisas novas e gostava de gente constestadora. Pensei: pô, o cara é inteligente, aberto... legal isso. Nisso, entramos numa conversa sobre relacionamentos e o fulano solta a seguinte frase: "VOCÊS NÃO SÃO MULHERES AINDA". Eu, que já estava no auge da minha insatisfação, iniciei uma discussão histórica com o garoto no meio do bar. Ao questioná-lo porque ele disse isso, ele retruca e diz que não somos mulheres ainda porque ainda não tivemos um relacionamento duradouro (ele havia acabado de sair de um namoro de quase 8 anos). Respondi dizendo que pra ser mulher não precisa ser mulher de alguém, basta apenas ser íntegra, ter caráter e defender suas opiniões. Ser mulher nada tem a ver com quantos relacionamentos você teve. Afinal, se fossemos pensar analogamente, a ex-namorada dele não era mulher quando o conheceu, ele que a tornou mulher, pffff!

Situação 5: Ânimos acalmados e eu lançando olhares desesperados para irmos embora, escuto de relance uma conversa entre minha amiga e seu flerte. Ele havia dito que sempre a via na faculdade e que sempre tinha reparado nela. Ela, que não é boba nem nada, perguntou o que tinha chamado a atenção dele. "Suas orelhas", responde o rapaz. Sério, ele realmente disse "suas orelhas". A Carol é alta, loira, 1,75 de mulher, olhos verdes... será que ele não poderia ter achado qualquer atributo mais interessante do que uma orelha???

Situação 6: Eu já tinha largado os bets, desistido da corrida, chutado o balde. Mas fiquei aguardando a minha amiga, afinal ela parecia ainda ter esperança no encontro dela. O que, após o episódio da orelha, foi meio difícil de manter. Nisso, num dos mil silêncios da conversa, o flerte da minha amiga levanta da mesa e, de repente, diz: estamos indo embora. Ok, né... imaginei que eles ao menos fossem ser cavalheiros o suficiente pra nos aguardar, mas nem isso. Ficamos com uma cara meio de paisagem e ele, percebendo nosso descontentamento, fala: vocês querem que a gente fique? A essa altura, quando o boi já foi brejo, não adianta tentar disfarçar, né? Disse categoricamente: "Se vocês não vêem razão para ficar, nós é que não vamos tentar convencê-los. Boa noite".

Foram embora ser dar tchau.

Pois é, se não tivesse acontecido comigo, eu também não acreditaria...
Fica aqui a dica: na dúvida, garotas, fiquem em casa. Porque se arrumar, se enfeitar e se perfumar pra ter que escutar esse tipo de coisa é o fim da picada.

Um comentário:

Ju Campoy disse...

Huahauhaauhauah
Que saudades de ouvir essas histórias pessoalmente...