quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Paralelas.

Tem coisas com as quais não concordo nessa vida. Você pode vir, tentar me explicar... posso até entender, mas vou continuar não concordando.
O fato de como as mídias sociais facilitaram a banalização, por exemplo. Primeiro, vamos esclarecer: nada contra as mídias sociais, acho ótimo, válido e super faço parte desse contexto. Mas, todos temos que concordar que, ao se tornarem uma pequena (ou grande) extensão da nossa vida, elas abriram espaço para que algumas pessoas exagerassem no compartilhamento de informações (leiam: fotos, sentimentos, revoltas, etc.).
Morre alguém, você bota um LUTO bem grande pra todos os seus 579 amigos verem que você está sofrendo. Você tirou fotos umas fotos mais insinuantes, que legal. Mas todos os seus 579 amigos precisam vê-las?
Ninguém na vida real chega alardeando pra todos os amigos que está de luto. Nem compartilha fotos mais pessoais com todos. Porque? Porque a gente filtra... tem coisas que são mais pessoais que outras.
Na internet parece que as pessoas perderam essa noção de intímo, de pessoal. Tudo é passível de análise microscópica pelos seus 579 amigos. Onde você vai/foi, que tipo de brincadeira você faz com seus amigos mais próximos, tu-do.
Do ponto de vista leigo, basta dizer que essas pessoas não são todas seus melhores amigos. E que algumas delas podem nem gostar tanto de você assim. Você realmente quer compartilhar toda a sua vida com elas, sem discrições?
Mas do ponto de vista psicológico - e, porque não, até sociológico - essas atitudes demonstram como as mídias sociais facilitaram o caminho para a exposição. Coisas que você provavelmente nunca faria na vida real... a world wide web te dá essa abertura. Tem gente que cria completamente outra persona pra viver nesse mundo - vide Second Life e The Sims!
Daí a coisa deixa de ser apenas uma extensão online da sua vida e passa a ter completamente outro prisma, passando a ser uma vida parelela, na qual nos sentimos perfeitamente confortáveis pra sermos coisas que jamais sonharíamos ser na vida real.